AUTÊNTICA, SEM IMITAÇÕES!


Me mexi!!! Foi assim que minha mãe soube da minha existência, me mexendo, mostrando que eu estava ali, viva, presente em seu ventre!

Dali, saí para a vida, gritando, berrando, mostrando a minha cara, mesmo sem acabar totalmente de nascer. Nasci no centro da cidade do Rio de Janeiro, na Cruz Vermelha Brasileira. O médico, Dr. Caramuru (tinha que ser um nome diferente, como tudo em minha vida), falou: “Essa vai ser fogo, personalidade forte!”

Era gorda quando bebê. Nem eu acredito ou me reconheço quando vejo as fotos. Tudo isso graças ao “asfalto” que a Sônia fazia para eu comer. E a Sônia, coitada!!! Eu a enlouquecia e a enlouqueço até hoje (rs). Adorava aquele feijão, pedia para fazer doce de leite, me escondia das chineladas da minha mãe embaixo da saia dela. Ela chorava quando eu brigava com ela e mandava ela embora da minha casa, tadinha... Ela chorava quando eu chorava durante horas a fio, aos berros e a vizinhança inteira batia na porta da minha casa para saber o que estava acontecendo.

Ficava braba quando saia com a Sônia e perguntavam se ela era minha mãe. Como?? Eu branquela!!! Pensava:”Gente Burra!!!”

Ficava braba quando saia com meu pai e perguntavam se era meu avô. Como?? Pensava: “Gente chata!”

Saia com minha mãe e ninguém perguntava nada. Pensava: “Será que sou adotada?”

Brigava de rolar no chão com a minha irmã 6 anos mais velha. Pirralha abusada! Ficava roxa, empolada, cheia de hematomas...A minha imã era ruim, mas só eu podia falar mal dela.

Brincava de amarelinha com meu primo e isso quase o custou seu “pirulito” Pô, ele era menino, mais forte e lutava, só me restava o chutinho lá!! (rs). E isso deu até briga de família. Apanhei duas vezes, dele e da minha mãe. Só não apanhei três porque meu pai não ficou sabendo.

Soltava pipa (tentava), jogava botão (perdia pro meu primo), sinuca (isso eu era melhorzinha), subia em árvore (isso eu fazia bem), brincava de polícia e ladrão com 6 meninos (meu primo e seus 5 amigos). Claro que eu sempre era apanhada, mas jogava o meu charme e eles me protegiam. Sempre fui esperta! Haha ...Brincavava de Boneca com meu primo, escondido do meu tio, claro! Adorava o meu Bebê Atchin, tenho ele até hoje. Ganhei um carrinho de presente de Natal do meu irmão.

Minha mãe era severa, batia na gente com aquele chinelo havaiana. Eu saia correndo e ela zunia o chinelo para me acertar. O respeito era tanto que me fazia pegar o chinelo de volta e entregar na mão dela. Igualzinho as crianças de hoje em dia, né?!

E o meui pai? Putz, mão pesada!! Como doeu os tabefes que levei, mas doeu mais no meu coração...Apanhava porque não chorava, era osso duro de roer, não saia lágrima mesmo.

No colégio eu adorava fazer amizade com os meninos, não com os mais bonitos e disputados, pois esses iam se sentir “demais” e eu não ia dar essa moral para eles. Escolhia os mais engraçados, os mais complicados, os mais capetas e diferentes.

Os meninos adoravam me dar presentes, um me deu uma boneca de corda. Achei horrível, mas minha mãe me fez agradecer. Outro me deu um cordão com um pingente de sino e eu perguntei se tinha cara de vaca pra andar com um sino pendurado no pescoço (sempre tive esse lado meio cômico de capricórnio). Isso me rendeu uma boa bronca e castigo. Um outro, esse do colégio, adorava me dar as coisas que ele pegava”emprestado” das irmãs, até que eu descobri e, é claro, devolvi tudo.

No C.A. ganhei a cabeça de patinho da borracha, que um dos meninos achou no chão. Aquilo era meu talismã, aonde eu ia, me acompanhava. Achei o máximo, afinal era o menino mais bonito da turma. Quase briguei de tapa com a menina que disse que a cabeça do patinho era dela, mas tive que entregar. Ganhei uma borracha inteira, com cabeça e tudo, depois!

Sempre odiei baratas e todo o tipo de inseto. Minha mãe, com sua psicologia de choque, me deu uma régua com desenho de vários insetos e aí de mim se não usasse a régua. Segurava a régua pelas laterais só para não colocar a mão naqueles trecos nojentos.

Na 1ª série, as segundas-feiras era um martírio para mim, chorava horrores agarrada nas pernas da Tia Valéria (professora) porque não queria ir para a aula de artes com a megera da Dona Espedita. Sim, ela era uma megera! Estérica, gritava horrores e tinha uma cara horrível. Aula de artes tinha que ser legal, afinal!!! Mas não era, era um castigo...

Um dia minha mãe foi chamada no colégio (estudava em colégio Marista) porque eu estava na coordenação falando que não gostava da professora de artes porque ela gritava (sempre odiei gritos...rs) e que não queria freqüentar as aulas dela. A coordenadora, Dona Edna, não acreditou no que ouviu e chamou a minha mãe. Segundo ela, eu seria uma mulher de personalidade! Na verdade, eu acredito que era uma pirralha magricela e folgada mesmo...rs

Me perdia naqueles corredores enormes e tinha algumas partes do colégio que eu tinha medo, a sala da caveira, por exemplo. Meu sonho era tocar o sino, mas tinha medo da Dona Periquita. Tinha também o Irmão Marista que tinha fama de tarado. Ele adorava pegar a caderneta do bolso das meninas, só das meninas.

Na 2ª série me declarei para o menino mais levado da turma, feinho, mas engraçado! Mandei uma cartinha de amor, que ele guardava no cofre de casa, segundo a mãe dele. Fiquei conhecida no colégio como A Menina da Carta de Amor. Que mico!!!

Fui do Coral Marista, mais um mico! Só dublava o tempo todo. Minha voz era horrível! O maestro desistiu de mim e eu dele, pois eu achava o cúmulo ele me fazer dublar nas apresentações. Na seleção do Coral eu tive que cantar uma música e escolhi: “Metamorfose Ambulante” do Raul Seixas. Pasmem!!

Na 3ª série tinha pânico da mulher loura, não ia ao banheiro daquele colégio gigante, nem a pau!!! Passava a manhã toda apertada e só fazia xixi em casa. Se tivesse piriri, ferrou!

Na 4ª série ganhei uma amiga! Minha coleguinha tinha leucemia e eu odiava que as pessoas falassem que ela ia morrer. Eu a defendia, como um cão feroz. Ai de quem a magoasse. Meu lado protetora se manifestando....

Na 5ª, 6ª e 7ª série, não lembro de nada... Ah!!! Me lembro que adorava as Olimpíadas Marista e só!!! Nessa mesma época ganhei uma melhor e grande amiga, não no colégio, que eu sinto muitas saudades. A Cléo era doida, melhor é doida!!!

Na 8ª série mudei de colégio, quer dizer, mudei de prédio. Saí do São José da Conde Bonfim para o São José da Barão de Mesquita. Ahhh!!! Como eu amei esse prédio novo. Ali eu percebi que não gostava de meninos mais velhos, pois enquanto minhas amigas olhavam para os meninos do 3ª ano, eu não olhava pra ninguém porque a 7ª série havia ficado no outro prédio. Meu lado papa-anjo se manifestando...

No 1ª ano, fiz muitas amizades. Entre elas o Walter, feio, sem jeito, mas um amooor. Ele adorava desenhar. E ele me desenhava toda, mão, perna, nuca, tudo era tatuado com canetinha colorida e depois verniz para não sair. Meus cadernos eram decorados com desenhos dele. Cada desenho lindo! Ele fez sucesso. Todos queriam seus desenhos no corpo, mas eu fui a cobaia...Claro que hoje ele é tatuador e dos bons! Encontrei com ele na rua, há pouco tempo, e vi que ele se transformou em um álbum de figurinhas ambulante. Ainda bem que perdi o contato com ele, pois senão eu poderia ser hoje um outro álbum.

No 2ª ano me apaixonei pelo Surfista do Fusquinha Caganeira. Adivinha o apelido dele: Fuscão!! Haha...
Ele era um gatinho, todas as meninas morriam de inveja de mim, pois eu fui "a escolhida". Claro que o Walter fez um pôster para mim de um lindo Fusca Caganeira com uma prancha de surf em cima, igual ao do carinha. E eu tenho esse pôster até hoje. Meu lado “Gostar de Surfista” se manifestando...
Frequentava a "Bobolandia" do Tijuca Tenis Clube aos Domingos, ia à praia de 233 e ficava no 3.100 da Barra da Tijuca, frequentava a Pracinha do Alto da Boa Vista, malhava perna horrores (tenho que voltar a fazer isso!), disputava com minhas amigas quem ficava mais bronzeada de praia, ia à Missa todo Domingo e adorava as Festas Juninas de rua da Tijuca. Meu lado gostar de fazer amigos, se manifestando...

No 3ª ano minha vida deu uma reviravolta, mas vamos deixar coisas tristes de lado... Meu lado CAI NA REALIDADE se manifestando,.... mesmo que cedo.

Ah!!! Vale registrar que sempre fui boa aluna e que o presente que pedi de 15 anos ao meu padrinho foi o uniforme oficial do Fla. Meu lado inteligente, se manifestando...
E assim, se formou parte de minha personalidade!

Comentários

  1. Que liiiindo, praticamente uma biografia! Adorei :)

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  2. Pôxa, o Malvino desceu.
    Queremos ele de volta no topo da página.

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  3. marcinha... adorei!!
    vc escreve muito bem :-)
    ah, o post do malvino foi 10!
    me amarro nesses assuntos fúteis de mulher... rs...
    bjsss
    pati sp

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  4. Muito interessante...
    Estava fazendo um search de "bobolandia tijuca" e de repente deparo com este inebriante relato.

    Pelo visto seguimos caminhos semelhantes: Tijuca, São José, Bobolandia aos domingos, Praça do Alto, Praia de 233... e tantas outras coisas que se foram no tempo. É sempre bom relembrar.

    Saudações Tijucanas,
    Limafox

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